E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para substância da alma. Tudo em mim é tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma. Um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Brasil


Brasil, país cujo presidente junto com uma horda chora emocionado pela confirmação das Olimpiadas em 2016, o povo pula e samba de alegria pela copa de 2014. Esse mesmo povo bate no peito e chama para sí a responsabilidade de ter como exemplo da beleza brasileira a “mulher melancia”, “mulher melão”, “mulher samambaia”, “valesca popozuza” e assim por diante. Claro que não é só isso, ainda temos os ícones da cultura moderna como a Stefany do cross fox, Ivete Sangalo, Claudia Leite, Xuxa, Faustão, José Luiz Datena, Leão Lobo e mais um monte de gente que se deixasse de existir faria uma falta tremenda na vida de...não sei dizer quem.
Mas vamos ao que realmente não interessa:
Com um salário mínimo nacional de R$465,00, onde um funcionário deve trabalhar 117 horas por mês (POA) para conseguir comprar o que o governo chama de ração essencial (cesta básica R$284,52).
Com uma carga tributária que faz com que o brasileiro de classe média trabalhe 5 meses ou 157 dias por ano, o que equivale a 40% do que recebe e entregará ao governo até o fim de dezembro por meio de impostos, tributos e contribuições obrigatórias. No resto do ano, tudo que entra na sua conta é gasto com os mesmos serviços essenciais a que todo brasileiro deveria ter acesso conforme constituição federal (constituição federal com letras minúsculas escrito propositalmente), como saúde, educação e segurança.
Dados do IBGE mostram que o contribuinte de classe média gasta mais com saúde do que o governo. Em 2005, foram gastos R$103 bilhões com consultas, exames e remédios. O setor público no mesmo ano investiu apenas R$66 bilhões em hospitais e atendimentos.
Após pagar todos os tributos, essa classe média tem que trabalhar para comprar serviços privados em substituição aos serviços públicos: segurança privada, educação privada, previdência privada, saúde privada. O número de homicídios no Brasil em 2007 chegou a 48000 e as mortes no trânsito em 2007 chegaram a 35000.
O ano de 2008 fechou com 300 mil operações fraudulentas ou irregulares, um aumento de 112% em relação ao ano anterior, e ainda o Brasil perde anualmente com a corrupção política e empresarial cerca de R$ 160 bilhões, o que representa 6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil ainda perde US$ 3,5 bilhões por ano com prejuízo à produtividade provocada por fraudes públicas.
Com o descrito acima, chego a conclusão que melhor mesmo é escrever sobre música, literatura e cinema e nunca esquecer de questionar o que ainda estou fazendo nesse país.

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